PSOL
Jô Cavalcanti

Créditos: Paloma Keise

O PSOL-PE esteve presente na mobilização em frente ao Palácio do Campo das Princesas, em Recife, que denunciou a escalada da letalidade policial no país e em Pernambuco

PSOL-PE participa de ato contra a violencia genocida do Estado, reafirmando seu compromisso com a luta antirracista

01/11/25

O Partido Socialismo e Liberdade de Pernambuco (PSOL-PE) marcou presença no ato “Pernambuco na luta contra a violência genocida do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil”, realizado na tarde de sexta-feira (31), em frente ao Palácio do Campo das Princesas, na Praça da República, bairro de Santo Antônio, no Recife.

 

Convocada pela Coalizão Negra por Direitos – Brasil e pela Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE), a mobilização reuniu centenas de pessoas e diversas organizações sociais que denunciaram o massacre recente no Rio de Janeiro — com mais de 120 mortes — e a intensificação da violência policial em todo o país, especialmente em Pernambuco. 

 

Essas ações, marcadas pela truculência e pelo racismo, vêm sendo falsamente justificadas como “trabalho policial”, mas reforçam a lógica de criminalização da população negra, pobre e periférica. Por essa razão, o PSOL-PE participou ativamente do ato por meio de suas lideranças e militantes, reforçando o seu histórico compromisso com as lutas populares, com a pauta antirracista e com a defesa dos direitos humanos.

 

Joelma Andrade é mãe de Mário Andrade, jovem negro de 14 anos assassinado em 2016 pelo sargento reformado da Polícia Militar Luiz Fernando Borges. O algoz de Mário foi considerado culpado e sentenciado à pena de 30 anos em regime fechado, e atualmente cumpre sua pena na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.

 

Após o brutal assassinato de seu filho adolescente, Joelma abraçou a política para lutar pela memória de seu filho, foi candidata a vereadora pelo PSOL e se fez presente no ato contra a violência policial “pra mostrar que a gente, mãe, tem voz. E nossos filhos têm nome e sobrenome!”. 

 

“Era pra isso aqui estar lotado! Quantas mães não tiveram seus filhos assassinados pela mão do Estado? Sabe o que acontece? Medo! Medo que outros filhos também sejam assassinados, porque eu tenho medo que minhas outras quatro filhas sejam assassinadas pela mão do Estado! E eu tô de pé, lutando para que não haja outro Mário, outra Joelma, porque meu filho era pra estar aqui, com 24 anos, mas foi arrancado de mim”.

 

Jô Cavalcanti, vereadora do Recife e pré-candidata ao Senado Federal pelo PSOL-PE, disse que “hoje o Brasil se encontra em luta pelo luto daquelas famílias, por aquelas pessoas que choraram, por aquelas mães que estavam naquele desespero".

 

"Essa política de segurança pública que o Rio de Janeiro e o Brasil joga pra dentro das favelas é um processo de racismo. A gente vê um Estado que usa o braço armado como política pública de segurança, essa briga, essa guerra tem que acabar! A gente já tá cansado de ver os nossos jovens morrendo por falta de apoio de um sistema que só faz nos matar.” 

 

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Samuel Herculano, presidente do PSOL-PE, e Jô Cavalcanti, vereadora e pré-candidata a senadora pelo PSOL-PE. Foto: Paloma Keise

 

Yasmim Alves, Dirigente Estadual do PSOL e integrante do Movimento Feminista Antirracista, declarou que embora o nível de barbárie sofrido pela classe trabalhadora e pelo povo preto do Rio de Janeiro seja diferente do que existe em Pernambuco, mas o projeto de segurança pública é o mesmo:

 

“A gente tem que pedir licença à classe trabalhadora que vive lá, àquelas mães, esposas e namoradas que choraram sobre o corpo de seus filhos, de seus namorados e seus maridos. Que são submetidas a uma violência que vem, sim, do Estado. Que vem, sim, da Polícia Militar. Como consequência e desdobramento da violência do Estado, da negação de direitos, de emprego, de moradia digna, de saneamento básico, de liberdade pra fazer cultura. Como consequência, muitos dos nossos jovens escolhem o tráfico como alternativa. A gente precisa chegar em todo mundo. Através das lutas a gente consegue apresentar e conquistar um projeto de segurança pública que seja bom pra gente.”

 

PSOL-PE

Yasmim Alves, Dirigente Estadual do PSOL e integrante do Movimento Feminista Antirracista. Foto: Paloma Keise

 

Para o PSOL-PE, não é possível combater a violência com mais violência. É necessário investir em políticas públicas estruturais — educação, saúde, cultura, moradia e trabalho — e garantir uma segurança pública orientada pela defesa dos direitos humanos e pela valorização da vida.

 

Esse posicionamento foi reforçado, durante o ato, através da fala de Gil Puri, militante da Subverta, organização ecossocialista e libertária do PSOL-PE, declarou desejar o fim da militarização da segurança pública, pois segurança não se faz com arma, mas com políticas de prevenção à violência, com a garantia de direitos básicos, como o direito à educação, à cultura, ao trabalho digno e formal.  “Quando o Estado não garante direitos, o Estado empurra nossa juventude negra, indígena e periférica para a violência. E esse mesmo Estado ceifa essas mesmas vidas que não estão sendo protegidas”. 

 

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Gil Puri, militante da Subverta, do PSOL-PE. Foto: Paloma Keise

 

O partido reafirmou seu apoio à nota pública elaborada pela Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE) e demais organizações sociais, que exige a responsabilização dos agentes e autoridades envolvidos na chacina do Rio de Janeiro, o fim das operações policiais letais em territórios periféricos e a revisão imediata da política de segurança pública em Pernambuco.

 

Aumento da violência em Pernambuco

 

No nosso estado, dados do estudo “Pele Alvo”, elaborado pela Rede de Observatórios de Segurança, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), revelam que nos anos de 2021 e 2022, 90% das pessoas mortas por agentes da polícia eram negras. Se considerarmos apenas a região do Grande Recife, todas as vítimas da letalidade policial eram negras.

 

Outro dado chocante vem das pesquisas recorrentemente realizadas pelo Instituto Fogo Cruzado de 2025: o Grande Recife teve o maior número de crianças baleadas da série histórica, sendo a cidade mais violenta dentre as capitais mapeadas. 

 

Durante o mês de julho, foram registrados 109 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Recife, segundo o relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado. O número é 8% menor que o acumulado em julho de 2024, quando 118 tiroteios foram mapeados.

 

Houve vítimas em 94% dos tiroteios registrados no Grande Recife em julho. Ao todo, 127 pessoas foram baleadas, das quais 84 morreram e 43 ficaram feridas. O número de mortos apresentou queda de 20%; já o de feridos teve aumento de 126%, em comparação com julho de 2024, quando 124 pessoas foram baleadas, deixando 105 mortos e 19 feridas.

 

Dados como esse evidenciam o motivo pelo qual o PSOL-PE repudia políticas de segurança baseadas na necropolítica e cobra mudanças urgentes na gestão da segurança pública estadual, marcada pela alta letalidade e pela militarização das periferias.

 

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