Créditos: Reprodução/Rádio Folha
O ex-vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) anunciou, durante uma entrevista concedida à Rádio Folha, que no dia 11 de dezembro realizará uma festa para debater e começar - oficialmente - a elaboração coletiva do programa de governo que deseja implementar caso se torne Governador de Pernambuco no próximo pleito. As propostas, segundo Ivan, são parte de um projeto político "máximo, ousado e possível", com o objetivo de melhorar a vida do povo pernambucano.
"E eu posso ser ousado porque eu não acredito na política como meio de vida. Eu não tô concorrendo ao meu próximo emprego, não tô concorrendo ao aluguel do mês de janeiro de 2027. Eu tô disputando corações e mentes dentro de uma sociedade que entendo que pode fazer melhor", disse Ivan em entrevista à Rádio Folha.
O projeto de Ivan Moraes inclui medidas que já vêm sendo amplamente estudadas e debatidas, como o plano estadual de cannabis medicinal, a renda básica, a tarifa zero no transporte metropolitano e políticas de reciclagem e compostagem total dos resíduos sólidos.
Trata-se de uma pré-candidatura capaz de unir os diversos grupos progressistas da esquerda de Pernambuco, mostrando para todo o eleitorado que o povo do estado não precisa ficar refém de uma falsa polarização entre duas candidaturas muito semelhantes, ambas postas no campo da velha política tradicional.
“Temos quase um ano pra construir, com muita gente, esse programa e mostrar que é possível. Pode ser que eu acorde, em janeiro de 2027, governador de Pernambuco. Ou pode ser que não. Mas todas essas propostas ousadas, máximas e possíveis estarão na boca do povo — e quem quer que governe Pernambuco vai ter que olhar pra elas.”
A decisão de se candidatar ao governo surgiu como resposta a um chamado do PSOL-PE, dos movimentos sociais e da sociedade civil organizada de esquerda no estado, que demandam uma candidatura verdadeiramente comprometida com um novo jeito de fazer política, olhando para o futuro que desejamos para nosso povo.
Durante a entrevista, Ivan ressaltou que Pernambuco vive um momento histórico de oportunidade para apresentar uma alternativa verdadeiramente nova, distante das estruturas tradicionais da política.
“Eu entrei na política pra tentar fazer diferente, pra me pautar pela coerência. Dizer as coisas e fazer as coisas, apostar na renovação, num outro tipo de política”, afirmou Ivan. “Agora, o partido, o meu grupo e a sociedade civil estão demandando uma candidatura de esquerda pra Pernambuco. Eu entendo que tenho esse papel a cumprir, e estou animadíssimo pra unir as esquerdas em torno de um programa máximo, ousado e possível.”
Para Ivan Moraes, o estado pode avançar com uma agenda transformadora sem precisar recorrer a frentes amplas contra a extrema direita.“Em Pernambuco, o bolsonarismo ainda não é uma realidade institucional no Executivo. Isso nos permite sonhar mais alto, propor o novo e não nos satisfazer com mais do mesmo.”
Definindo-se como um político movido por uma “fé educada, baseada em fatos”, Ivan citou exemplos internacionais de políticas bem-sucedidas, como programas de renda básica, transporte público com tarifa zero, compostagem total e uso de biocombustíveis, defendendo que Pernambuco pode implementar soluções semelhantes.
“Tudo isso já existe em vários lugares do mundo. O que aqui parece sonho, em outros lugares é realidade. Eu quero trazer essas experiências pra cá, com a tranquilidade de quem não tem compromisso com a velha política, mas sim com os direitos humanos e com as organizações da sociedade civil.”
As propostas, declarou Ivan, ainda precisam ser esmiuçadas, mas uma análise inicial mostra que é, sim, possível conseguir destinar recursos para viabilizar projetos de alto e amplo interesse social sem onerar demais a população.
"Por exemplo, eu já fiz uma conta e tenho certeza que a partir de uma pequena cobrança para empresas que têm a partir de 10 funcionários, a gente consegue pagar tanto o transporte metropolitano quanto o metrô. Fica custo zero pras pessoas. Agora, essa é uma conta de padaria. Na conta que fiz as empresas que entram nessa cotinha estão no estado inteiro. Se estão no estado inteiro, talvez não faça sentido a gente trabalhar no transporte metropolitano. Então tem algumas minúcias que vai precisar trabalhar. Eu sei que dá, porque existem exemplos no mundo, pra gente compostar e reciclar tudo, criar usinas de compostagem que gerem combustível para a frota de ônibus, como hoje é feito na Suécia, que não tem mais nenhum ônibus rodando com combustível fóssil. Em Estocolmo tem uma secretaria que diz que até 2030 eles vão ter carbono zero, porque a gente não pode fazer a mesma coisa? Tem que saber: são quantas usinas? Onde elas vão ficar? Como a gente vai fazer o custo? Uma parte pode ser pras cooperativas de catadores, outra parte pode ser pra iniciativa privada pra arrumar o recurso? É importante que mais da metade dessas empresas estejam sob controle público, porque a gente defende o estado forte. A gente tem quase 1 ano pra com muita gente construir esse programa e mostrar pra Pernambuco".
Ivan destacou ainda que sua pré-candidatura busca unir diferentes correntes da esquerda pernambucana, tanto os setores mais institucionalizados quanto os grupos e movimentos sociais que rejeitam a política tradicional.
“Nem João [Campos] é de esquerda, nem Raquel [Lyra] é bolsonarista. Mas além dessas duas candidaturas postas, existe, hoje, a necessidade de ter uma candidatura que olha pra frente, para o que pode ser de verdade se a gente transformar a política, e não essa lógica que a gente possivelmente vai ver nas eleições, de alguém da extrema-direita que vai dizer 'eu sou contra tudo e contra todos, contra tudo isso que está aí', e você vai perguntar uma proposta e a pessoa não tem, porque a proposta é ser contra. Nossa proposta não é ser contra, e eu tenho dialogado muito isso com os meus colegas que militam comigo. A gente é contra privatizar o metrô e a Compesa, a gente é contra a Escola de Sargentos, é contra a Reforma Administrativa, que vem se dando no nível federal. A gente é contra um bocado de coisa, mas na nossa pré-campanha, na nossa campanha, no nosso programa, a gente não vi focar no que a gente é contra. A gente vai focar no que pode ser. A gente vai mostrar pra população com dados, com estudos, com números, como é que a gente pode fazer uma gestão revolucionária e POSSÍVEL no estado de Pernambuco possível no estado de Pernambuco."
Para o pré-candidato, a força de sua campanha não estará no dinheiro, mas na quantidade de pessoas engajadas. Ele fez um chamado direto à militância e às pessoas que acreditam em outra forma de fazer política.
“A gente precisa trabalhar com o que a gente tem. Existem muitos valores na política. Um é o valor monetário. Óbvio. Mas tem outro, que acredito que é mais importante que o dinheiro, que é a quantidade de pessoas engajadas no projeto. Eu tô nessa vibe, nesse desafio de fazer com que esse desafio que eu tô enfrentando seja o desafio de muita gente. Vou até aproveitar essa entrevista! Eu faço um desafio a você que tá nos ouvindo aqui na Rádio Folha, você que é de esquerda, que acredita na renda básica, na tarifa zero, no transporte metropolitano. Você que acredita que a gente pode fazer desenvolvimento sustentável sem derrubar nenhuma árvore. Você que acredita que a gente pode, num futuro muito próximo, não jogar mais nem uma lata de refrigerante no lixo, nem jogar nem mais uma casca de banana no aterro sanitário como muitos países do mundo tão fazendo; ou nem tomar refrigerante e escolher ter uma vida mais saudável. Eu entendo que esse desafio é pra você, que tá nos ouvindo hoje. 'Ah, eu sei fazer cortes de vídeos', assiste minha entrevista na rádio folha, faz um corte da parte que tu gosta e bota aí na internet! 'Ah, eu não sei de nada, mas tenho um carro', bota o carro na roda pra gente passear aí pelo interior. 'Eu não tenho nada, mas conheço um bocado de gente', junta 20 pessoas e me chama pra conversar. 'Ah, eu não tenho nada, não conheço gente, mas eu sei cozinhar'. Liga pra mim, vamo organizar um negócio, eu chamo uma galera e a gente faz junto. Eu tô imbuído desse intuito.”
Assista à entrevista completa de Ivan Moraes à Rádio Folha
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