Em Nova Iorque, a governadora falou de "oportunidade de investimento com tratamento de esgoto e distribuição de água" para um grupo seleto da burguesia

A governadora Raquel Lyra (PSD) esteve em Nova Iorque no mês passado para participar do 14º LIDE Brazil Investment Fórum. Ela deixou evidente o objetivo: atrair capital internacional, e não deixou de citar que está privatizando uma parte da Compesa.

"Uma conceção pública de saneamento, cujo leilão deve sair na B3 em agosto deste ano, que deve gerar uma oportunidade de investimento... com tratamento de esgoto e distribuição de água", disse a governadora no Harvard Club. No meio do discurso, ela emendou um "em garantia de saneamento básico" e tentou dar um ar mais progressista à proposta, numa evidente adaptação discursiva para não dar margem à oposição que vem sofrendo para executar a privatização.

O LIDE é um grupo seleto de uma burguesia altamente influente. Um dos objetivos do grupo é a reformulação do Estado, a fim de aprofundar a "economia de mercado" e a internacionalização de uma parte da burguesia nacional. Os participantes do LIDE precisam ter empresas brasileiras ou multinacionais com faturamento a partir de 200 milhões por ano.

Nas palavras de Flavio Casimiro, em sua tese de doutorado intitulada A Nova Direita no Brasil: aparelhos de ação político-ideológica e a atualização das estratégias de dominação burguesa, publicada em 2016, trata-se de um "clube de milionários" entre a elite das classes dominantes do país.

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