Créditos: Câmara Municipal do Recife

A "Caravana das comunidades" vai ouvir pessoas, sistematizar demandas e mapear áreas de risco

A vereadora Jô Cavalcanti (PSOL-PE) lançou nesta semana o projeto "Caravana das Comunidades", com o objetivo de combater o racismo ambiental no Recife. O projeto pretende fazer um processo de escuta de moradores e lideranças locais, mapear áreas de risco e sistematizar demandas concretas. Tudo isso para propor políticas públicas que possam ajudar a população recifense mais vulnerável às mudanças climáticas.

Os eventos climáticos extremos afetam de forma desigual as comunidades periféricas, compostas sobretudo por pessoas negras e pobres. Inundações, deslizamentos e falta de infraestrutura impactam significativamente a vida dessa população.

"A Caravana das Comunidades é uma resposta popular e coletiva a essa realidade. Nossa proposta é simples, mas tem o objetivo de ser transformadora. Vamos escutar, mapear, sistematizar e agir. Estaremos presentes nas zonas Norte, Sul, Leste e Oeste do Recife, realizando visitas presenciais aos territórios e promovendo rodas de conversa com lideranças locais, escuta com moradores, reconhecimento de áreas de risco e levantamento de demandas concretas", explica Jô Cavalcanti.

O mandato disponibilizou o WhatsApp (81) 9 9103-8493, para que as pessoas possam compartilhar denúncias, propostas e vivências. "Quando chove, muitas pessoas perdem tudo e não é por acaso. Racismo ambiental é quando os efeitos da crise climática não atingem todo mundo da mesma forma. Enquanto áreas ricas têm estrutura e proteção, comunidades negras, periféricas e indígenas vivem nos locais mais vulneráveis e menos assistidos pelo poder público. É a injustiça social se manifestando também no meio ambiente", alerta a vereadora.

Discurso na tribuna da Câmara

A "Caravana das Comunidades" foi anunciado por Jô Cavalcanti no plenário da Câmara do Recife, na última segunda-feira (5). No discurso, a vereadora deu ênfase à necessidade de enfrentar as desigualdades ambientais na capital e escutar a população. O mandato pretende realizar visitas aos territórios e fazer rodas de conversa com lideranças, além de escuta com a população das localidades.

"O Recife é a segunda capital mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas aqui no Brasil, mas os impactos dessa crise são nas áreas de morro, beira de rio e zonas historicamente negligenciadas pelo poder público", denunciou.

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