Créditos: Secom / PSOL-PE
Joelma Carla, ex-deputada das Juntas e presidenta do PSOL Surubim, denunciou, nesta quarta-feira (9), uma grave ameaça aos direitos territoriais do povo indígena Kapinawá, que habita as regiões do Agreste e do Sertão de Pernambuco. O governo estadual pretende leiloar 126 hectares de terras localizadas dentro do território do povo Kapinawá, em Buíque. Um território ocupado por cerca de 100 famílias, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Joelma aponta a necessidade de mobilizar a sociedade para impedir essa injustiça contra o povo Kapinawá. "É importante que toda sociedade se mobilize pra apoiar essa luta. Eu, enquanto defensora e aliada da luta no estado de Pernambuco me coloco à disposição pra tá junto, pra tá denunciando esse absurdo. Pra gente tá cobrando uma manifestação e o cancelamento desse leilão no dia de amanhã", enfatizou a liderança.
Em nota, povo Kapinawá informou que foi surpreendido com o leilão e que, no território, há famílias que dependem da terra para sobrevivência e, sobretudo, para a manutenção das tradições. "É inadmissível que, em pleno Abril Indígena, tenhamos de sofrer mais uma ação do Estado em retirar nossos direitos e nosso território. Já não basta nossos parentes estarem enfrentando os impactos dos empreendimentos eólicos com a perda de territórios, remoções forçadas, danos ambientais e à saúde do nosso povo", diz a nota.
O Cimi aponta que o território levado a arremate fica no Vale do Catimbau, região de grande importância socioambiental e arqueológica, sendo ocupado pelas aldeias Coqueiro, Baixa da Palmeira e Ponta da Várzea. São cerca de 100 famílias que, após o leilão, podem ficar sem amparo. Lá tem escola, moradias, casas de farinha, espaço ritual, plantações, além de uma vasta área de Caatinga preservada.
Histórico de ameaças
Neste ano, o povo Kapinawá teve sua territorialidade ameaçada mais de uma vez. Impactados e ameaçados por projetos de empreendimentos eólicos, o povo Kapinawá ocupou, no dia 17 de fevereiro, a sede da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), no Recife.
O objetivo da ação foi denunciar os impactos irreversíveis que os empreendimentos eólicos vêm causando às comunidades, incluindo a perda de territórios, remoções forçadas, contratos abusivos e danos ambientais e à saúde das famílias que vivem próximas aos aerogeradores. Além disso, as famílias apresentaram uma pauta de reivindicações direcionada a diversos órgãos governamentais estaduais e federais. Depois de seis horas de reunião a mobilização foi vitoriosa.
Confira denúncia de Joelma no vídeo abaixo:
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