Incêndio em ocupação do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto (MUST). Créditos: Divulgação

As chamas se espalharam e atingiram 20 das 30 casas da comunidade Icauã

O PSOL em Pernambuco (PSOL-PE) manifesta profundo pesar e imensa revolta diante do brutal feminicídio de uma mulher, e da morte de seus quatro filhos, vítimas de um incêndio provocado pelo próprio companheiro/pai, após um episódio de violência doméstica na ocupação do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto (MUST), na Caxangá. 

Esse episódio tão trágico quanto criminoso, que ceifou as vidas de crianças de 2, 4 e 5 anos e também a de um bebê — revela mais uma vez o quanto o machismo estrutural segue matando mulheres e destruindo famílias em nosso estado. Além dos mortos, as chamas também fizeram mais vítimas, visto que o fogo se espalhou e atingiu 20 das 30 casas da comunidade Icauã.

O ocorrido não é um caso isolado, nem fruto do acaso. É consequência direta de um sistema patriarcal que naturaliza o controle, a agressão e o assassinato de mulheres, principalmente quando estas vivem em condições de vulnerabilidade social — como é o caso das famílias que lutam por moradia digna na ocupação do MUST. 

Esse crime é um desastre social causado pelo machismo e pelo patriarcado, que atinge não apenas a vítima, mas toda uma comunidade já extremamente precarizada. O feminicídio é uma mazela estrutural da sociedade brasileira e deve ser enfrentado diariamente, com políticas públicas robustas, educação emancipadora, acolhimento às vítimas e responsabilização efetiva dos agressores.

A vereadora do Recife e pré-candidata a senadora pelo PSOL-PE, Jô Cavalcanti, expressou solidariedade às famílias e à comunidade atingida. “Toda solidariedade e nossas mais sinceras condolências aos companheiros e companheiras da ocupação do MUST, na Caxangá, atingida por um incêndio. Que a força coletiva siga guiando a reconstrução e garantindo que ninguém fique para trás. Estamos juntos e juntas!”

O PSOL-PE presta toda solidariedade às famílias atingidas, em especial à família das vítimas que faleceram. Estendemos também nossa solidariedade ao MUST, que coordena a ocupação, e nos colocamos à disposição para apoiar o movimento e as famílias na reconstrução de suas moradias e de suas vidas.

Reafirmamos que combater o feminicídio exige enfrentar suas raízes — o machismo, a misoginia e o patriarcado — e exige também enfrentar a política que abandona comunidades inteiras à própria sorte. Não haverá justiça para as mulheres enquanto persistirem desigualdades tão profundas e enquanto o Estado seguir falhando em garantir proteção, dignidade e condições materiais de vida. Seguiremos lutando por memória, justiça, moradia, dignidade e por um Pernambuco onde nenhuma mulher precise morrer.

PSOL Pernambuco
Recife, 30 de novembro de 2025

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