Créditos: Paloma Luna / Comunicação Jô Cavalcanti
Única mulher negra eleita vereadora do Recife em 2024, Jô Cavalcanti (PSOL) tomou posse, na tarde desta quarta-feira (1), em solenidade na Câmara do Recife, dando início ao primeiro mandato de uma militante do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto (MTST) no Legislativo municipal.
Ex-deputada estadual pelas JUNTAS, Jô Cavalcanti é ambulante, militante do sindicato de comerciantes informais e feminista. Seu mandato terá foco na justiça social, no combate à fome, na luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e no enfrentamento ao conservadorismo.
“Em uma cidade que tem uma maioria de mulheres e que mais de 60% da população se declara negra, ocupar esse espaço significa fazer um mandato de luta contra um projeto de cidade fundado em desigualdades e violências, que atingem principalmente as pessoas negras”, disse a vereadora.
Entre suas principais pautas, estão o acesso à Renda Básica, a criação de Cozinhas Solidárias e o plano municipal de combate às enchentes. Segundo pesquisa do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Recife é a 16ª cidade mais vulnerável às mudanças climáticas do mundo no ranking.
“O racismo estrutural e ambiental atinge ainda mais as zonas periféricas e a população mais pobre, muitas vezes sem acesso à rede de esgotamento e saneamento básico. Eu já morei em zona de risco e sei a angústia que as chuvas podem trazer. Vamos cobrar um planejamento urbano efetivo para garantir a segurança das pessoas diante das questões climáticas”, afirmou Jô.
Contra o conservadorismo
Antes mesmo de tomar posse, Jô Cavalcanti esteve junto ao movimento de mulheres para derrotar o Projeto de Lei 299/2022, da vereadora Michele Collins, que, no apagar das luzes da legislatura, pretendia instituir o Dia do Nascituro no calendário oficial do município.
“Os bolsonaristas estão tentando emplacar marcos conservadores em todo o país, com ataques aos direitos das mulheres, das pessoas LGBTQIAP+, do povo negro e dos povos indígenas. No Recife, em Pernambuco, vamos combater todo e qualquer retrocesso", disse a vereadora.
Para a ela, a segurança urbana também é uma pauta que o discurso conservador e racista busca sequestrar, contribuindo com o aumento da violência policial contra pessoas negras, principalmente os jovens. “Nossa luta é por um projeto de sociedade que não se utilize das mesmas práticas nefastas para perpetuar privilégios e na qual sejamos alvo de políticas públicas efetivas e reparatórias e não alvos do braço armado do Estado”, pontuou Jô.
Sobre Jô Cavalcanti
Jô Cavalcanti é mulher negra e periférica, mãe de Gabriel, militante organizada na luta do comércio informal e coordenadora nacional do MTST. Cria de Casa Amarela e do Morro da Conceição. Filha de Maria Genilda, doméstica, e de José D’Holanda, feirante de Casa Amarela. Aos 40+, iniciou o curso de direito na UNICAP, sua primeira graduação.
Foi como camelô que começou a lutar na pauta do reconhecimento do comércio informal enquanto categoria de trabalho, ajudando na construção de lutas sociais no Recife que levaram à fundação do SINTRACI - Sindicato dos/as Trabalhadores/as do Comércio Informal - e, após uma longa trajetória, à construção e entrega dos quiosques padronizados da Conde da Boa Vista.
Nesses espaços de construção, Jô se reafirmou enquanto mulher negra e feminista. Entendendo que o papel de resistência é o de quem acredita que a mudança em um mundo racista e misógino só será possível se mulheres negras estiverem à frente conduzindo em nome da justiça social e pelo bem-viver do nosso povo.
Com informações da assessoria de comunicação de Jô Cavalcanti
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