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O pré-candidato a governador do estado de Pernambuco, Ivan Moraes (PSOL-PE), grande crítico dos modelos privatistas de gestão adotados pelo prefeito João Campos durante seus dois mandatos de vereador na Câmara Municipal de Recife (PSB) e pela atual governadora Raquel Lyra (PSD), decidiu assinar e divulgar a petição on-line (ou abaixo-assinado) contra o chamado “Distrito Guararapes”, proposta que pretende entregar parte do centro do Recife para a iniciativa privada por 30 anos."
O abaixo-assinado pede que a Prefeitura do Recife reabra imediatamente os canais de diálogo com a população para discutir a proposta que envolve a compra e reforma de 14 prédios no bairro de Santo Antônio; a requalificação de 35 quadras do bairro, incluindo quiosques para o comércio de rua; e a construção de decks e espaços culturais dentro do Rio Capibaribe.
A reforma e a gestão da área, contudo, não serão feitas pela Prefeitura do Recife, mas sim pela iniciativa privada. A empresa concessionária também será encarregada de vender os 873 kitnets que serão ofertados nos 12 prédios que a prefeitura vai comprar e conceder.
Haverá kitnets com 1, com 2 e até com 3 quartos, e a venda será feita por meio do projeto habitacional do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida. O valor desses imóveis, contudo, será altamente inacessível para a maioria da população: custando R$ 8.777, os apartamentos do tal Distrito Guararapes terão o metro quadrado mais caro que a média do Recife.
“João Campos quer entregar a região da Av. Guararapes para a iniciativa privada, repetindo o que já faz com parques, praças e espaços públicos da cidade. Privatizar áreas centrais significa expulsar o povo, aumentar a desigualdade e transformar o espaço comum em mercadoria para poucos”, disse Ivan Moraes.
Ivan lembra que além dos problemas ligados ao alto custo e falta de transparência envolvidos na proposta de João Campos, existem alternativas melhores que a privatização para solucionar os problemas de falta de habitação e de segurança no centro do Recife. “Há dezenas de prédios na região [do centro da cidade] que estão abandonados, devem mais do que valem, e a Prefeitura tem instrumentos para reavê-los”.
As críticas ao prefeito do Recife pela falta de transparência no projeto de privatização da cidade têm uma razão de ser. Embora o projeto para a concessão da área esteja se desenrolando há cerca de dois anos, João só anunciou que entregará o centro do Recife ao empresariado no dia 30 de outubro, e poucas horas após a realização de uma única audiência pública para discutir o edital da proposta de concessão.
A falta de transparência fica ainda mais evidente diante do fato de que os participantes não podiam comentar ou fazer questionamentos durante a audiência - que foi exclusivamente virtual - nem ver quem mais estava participando, como revelou uma reportagem da Marco Zero Conteúdo.
Sobre esse ponto, Ivan Moraes afirmou que a sociedade não aceita “decisões tomadas sem escutar adequadamente a população”. “Defender o Centro é defender o direito à cidade, ao acesso democrático aos espaços públicos e à memória coletiva do Recife. Resistimos: nas ruas e nas redes. Recife não está à venda: é uma cidade viva, feita por quem mora, trabalha e circula nela todos os dias”, disse o psolista.
Na visão do pré-candidato ao governo, “o prefeito João Campos (PSB) tá vendendo o Recife, sim!” e parece ter entrado numa espécie de “disputa com a governadora Raquel Lyra (PSD) pra ver quem privatiza mais”.
Ivan Moraes ressalta que não é apenas a área central do Recife que está na mira do projeto político privatista do prefeito João Campos, mas o Recife inteiro: suas ruas, seus parques, escolas, hospitais e até as praias da capital pernambucana. Nada escapa ao apetite voraz do empresariado e do prefeito.
“[o prefeito] tá vendendo a cidade! Vendeu 4 parques por 30 anos, por isso que as bets tão aí mandando ver, pintando tudo, influenciando as crianças, essa loucura toda. Entregou a administração de equipamentos de saúde e de educação. Vendeu, não foi PPP, VENDEU mais de 10 imóveis! Inclusive tinha um projeto lá na Câmara, quando estava vereador, que queria vender uma escola, funcionando, com menino dentro, no meio do ano escolar foi colocada para leilão. A gente conseguiu reverter, tirou esse imóvel do projeto em que vários outros imóveis foram vendidos”, declarou o pré-candidato."
Ivan também aponta a má-fé de João Campos nas respostas que ele dá quando se vê questionado a respeito dos projetos de privatização dos espaços e equipamentos públicos. Um bom exemplo foi a entrevista concedida pelo prefeito à Rádio Folha, ocasião na qual João disse, em resposta à jornalista Betânia Santana, que “uma minoria de um lado e uma minoria do outro lado” vai se queixar do projeto afirmando que se trata de vender a cidade, mas que ele tem certeza de que “a maioria” da população recifense “quer que o centro volte a ser revitalizado”.
Em resposta a essa colocação do prefeito, Ivan Moraes fez um elogio irônico ao prefeito, afirmando que “o bicho enrola” e que ele “é bom de conversa quando vai tentar explicar o inexplicável”.
“Óbvio que todos nós queremos a revitalização do centro. O que a gente não quer é que você venda o centro, que você venda a praia, que você venda o patrimônio público, que você venda os nossos parques. Que você faça com que a gente tenha até uma cidade muito bonita, porém para poucos, que só quem pode pagar pode ter acesso. Já tem muito parque, desses que foram privatizados, com eventos em que você só pode entrar pagando. Não é essa cidade que eu quero, não é esse estado que eu quero. Quero um estado em que o poder público cuida das pessoas, defende aquilo que é público”, declarou o pré-candidato a governador do estado de Pernambuco pelo PSOL.
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